Em 1945 no bairro do Ipiranga/SP, foi fundada a Distribuidora de Automóveis Studebaker. Ela montava carros de passeio, caminhões e tratores das marcas Studebaker, Scania-Vabis, Kenworth, Massey-Harris e Ferguson.
Em 1952, com a importação de automóveis e caminhões começando a ser restringida em face da grave crise cambial do Governo Vargas e também pela crise financeira por que passava a Studebaker nos EUA, a Distribuidora de Automóveis Studebaker e a empresa ELIT – Equipamentos para Lavoura e Máquinas Agrícolas (que também importava os Massey canadenses) se fundiram e deram origem à VEMAG-Veículos e Máquinas Agrícolas S/A – VEMAG”.
Pelos critérios da GEIA (Grupo Executivo da Indústria Automobilística), a Romi-Isetta não era um “carro” porque só tinha uma porta (dianteira) e oferecia apenas dois lugares. Assim, em 19 de novembro de 1956 coube à VEMAG a primazia de lançar o primeiro veículo nacional, o DKW F-91 Universal, baseada na perua Sonderklasse Kombiwagen Universal F-91 (fabricada na Alemanha de 1953 a 1955).
DKW F91 Universal 1956
DKW F93 Coupe 1956
Em 1958 a VEMAG passou a fabricar um sedan e uma camioneta baseados na família F-94, mais moderna que a F-91.
Primeira carroceria fabricada do modelo F-94
A perua "Camioneta DKW-Vemag" ou "Perua DKW-Vemag" em 1961 passou a se chamar VEMAGUETE (que teve duas versões populares mais despojadas: a Caiçara e a Pracinha. O Sedan foi inicialmente denominado "Grande DKW-Vemag" mas a partir de 1961 foi rebatizado como BELCAR.
Vemaguete 1958
Belcar 1958
Ainda em 1958 foi lançado o jipe CANDANGO, derivado do modelo MUNGA. O nome MUNGA vem da expressão em alemão "Mehrzweck UNiversal Geländewagen mit Allradantrieb", que significa "veículo de uso universal para todo tipo de terreno com tração nas quatro rodas".
Candangos em frente a fábrica no Ipiranga 1958
Candango 1961
Em 1962 foi mostrado no salão do automóvel o luxuoso sedan FISSORE, cuja produção só começou dois anos mais tarde e se estendeu até 1967.
Fissore 1967
A segunda série da Vemaguete e do Belcar 1964 passou a se chamar 1001, e também foi mudado o sentido de abertura das portas dianteiras, que deixaram de ser "suicidas" ou “deixavê”, passando a abrir para trás, como todas normalmente abrem hoje em dia. O modelo "saia-e-blusa" deixou definitivamente de existir neste ano.
Em 1964, na Europa, a Volkswagen Werk adquiriu 50,3% da AUTO UNION que pertencia nesta época à Mercedes-Benz. Como conseqüência, a DKW e os motores de dois tempos foram engavetados, dando lugar ao ressurgimento da marca AUDI. No Brasil, a VEMAG até então só fabricava produtos da Auto Union, sob licença, e passava por sérias dificuldades financeiras.
O que muitos não sabem é que desde 1963 a VEMAG já estudava a associação com outras montadoras européias, como a Citroën e Fiat. Em 1965, as negociações da VEMAG com a italiana Fiat foram retomadas e dois anos mais tarde o acordo estava praticamente fechado. Mas a Volkswagen resolveu bloquear o ingresso da Fiat, no Brasil, comprando a VEMAG em setembro de 1966.
Um ano mais tarde, em dezembro de 1967, a Volkswagen encerrou a produção dos valentes DKW, ao todo 115.009 unidades foram produzidas de 1956 a 1967.
Os pavilhões da antiga VEMAG inicialmente produziriam o VW 1600 ("Zé-do-Caixão") e também utilizados na produção da Kombi e dos prédios originais que faziam parte do complexo, restou aquele onde se fazia a usinagem de motores (hoje é um centro de distribuição da Dicico). Sobrevivem as ruínas da entrada principal da fábrica, onde era a diretoria e linha de montagem. O complexo entre a avenida Dr. Fancisco Mesquita e a Rua Guamiranga atualmente o Central Plaza Shopping.
